sábado, 30 de abril de 2011

Não se pode exterminá-los?!

Não sei se Carrapatoso, provém de carrapato, deduzir-se-á que um Carrapatoso, é um homem cheio de carrapatos. Definição do dicionário priberam on-line: carrapato - s.m. carraça. O senhor (propositadamente com minúsculas) Carrapatoso é um dos rostos de um think thank liberal, composto de yuppies alienados, que leva o liberalismo às últimas consequências. As propostas do movimento "Mais Sociedade", publicadas ontem no Jornal de Negócios, são aterradoras.
Passo a exemplificar: 
  • "aumento do IVA para possibilitar a redução da Taxa Social Única paga pelas empresas." 
  • "Joaquim Góis defendeu também a privatização de empresas públicas de transporte como forma de resolver o problema das dívidas acumuladas ao longo de vários anos. " 
  • "alterar a idade da reforma, indexando-a ao aumento da esperança de vida, é uma das medidas mais eficazes" 
  • "diminuição do subsídio de desemprego"
Já depois destes "leaks" como diria o pleno de portugalidade, Zeinal Bava, lançados cá para fora para testar a opinião pública, descubro numa magnífica entrevista do emérito João Duque, na SICN, em que diz "se não temos dinheiro para o filme e para as pipocas, temos de optar pelo filme ou pelas pipocas".
Que brilhantismo sr. dr.!! Trinta e sete anos de luta pelo bem-estar de um povo reduzidos a pipocas.Não se pode exterminar estes filhos da puta?! Como carraças, animais que se alimentam do sangue dos outros, não merecem mais do que uma "sprayzada" letal.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Porque só damos filhos únicos

Isto da taxa de natalidade tem muito que se lhe diga. O i titula "Portuguesas não desistem de ser mães mas só dão filhos únicos". Tirando o infeliz da expressão "dão", que faz das mulheres algo semelhante a vacas parideiras, o que me preocupa - como unipai - é que na classe média, a regra é um filho, não dois ou três. Não sei as razões dos outros, posso explicar as nossas.

Gostaríamos de ter mais filhos. Mas tal não é possível por dois tipos de razões. Em primeiro lugar a disponibilidade de tempo é coisa que não abunda entre as mulheres e homens de hoje. As mulheres ainda e sempre mais sacrificadas, com obrigações profissionais, de carreira e domésticas que lhes transformam o dia numa maratona infindável. Os homens com jornadas de trabalho de 9 a 11 horas também não lhes sobra o tempo necessário para prestar todos os cuidados e atenção de que os seus rebentos necessitam. Sou frequentemente "forçado" a fazer de pai-mãe, e sei bem o que isso significa. Para quem quiser ter interacção e acompanhar devidamente os filhos, o tempo não é elástico e consequentemente escasseia.

Seguidamente uma razão de peso não menos significativo. Pertenço àquela classe que nunca teve, tem ou terá incentivos fiscais à maternidade/paternidade. Até o mísero subsídio de 11€ nos retiraram. Entre infantário, roupas, comida e lazer gasta-se uma pequena fortuna mensal. Como o progresso em termos de conforto tem sido uma constante nesta família, seria para mim uma imensa dor ter filhos para lhes dar piores condições do que as que tive enquanto infante. Assim, e restrito ao pequeno universo das minhas relações sociais, a maternidade só existe na sua plenitude em famílias de largos recursos, ou entre as mais pobres que por desconhecimento, negligência ou outros motivos vão tendo filhos uns atrás dos outros. A minha família é a prova viva de que a classe média se está a extinguir. Daqui a 20 anos só existirão os filhos únicos da então quase extinta classe média, os dos muito ricos e os dos muito pobres.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Miséria moral


Roubado do http://aventar.eu/

"1.000 euros por mês não é classe média, é miséria."

Diogo Leite Campos, vice-presidente do PSD, o tal que defende que os pobres devem receber um cartão de débito social para não gastarem o dinheiro mal gasto e assim ...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Os quatro estarolas

Julgava eu que o despotismo iluminado, era coisa do passado. Mentes supostamente superiores e esclarecidas, decidem o que é bom para o povo. Aconselham-nos paternalmente. O povo ouve, embevecido, as divagações destes seres peculiares. O facto de terem sido presidentes da república inoculou-os de qualquer culpa. Agora nas cerimónias do 25 de Abril os três estarolas - que afinal são quatro, como os mosqueteiros - isentam-se de responsabilidades enquanto parte activa da  governação deste pobre país. Mário Soares, Cavaco Silva, Jorge Sampaio e Ramalho Eanes, são as virgens do regime, puras e castas que nos dizem qual o caminho a seguir. Todos eles foram parte activa da desgraça que até aqui nos trouxe, mas nenhum reconhece responsabilidade de qualquer dano. Ou como bem dizem os ingleses, "Let bygones be bygones". Esquecem-se os quatro estarolas que uma parte significativa dos portugueses, não os vê como parte da solução, mas do problema. Tal como despotismo iluminado é coisa do passado, a filantropia que estes senhores sentem pelo seu povo, cheira a falso. E a ranço.

Onte está o Olli?

aqui tinha escrito, que com amigos destes não precisamos de inimigos. Agora é Olli Rehn, que parece ter duas caras. Para consumo europeu, o apoio financeiro a Portugal estará pronto em Maio. Para consumo interno, decerto temente desses monstros da democracia que são os "Verdadeiros Finlandeses" (ainda não percebi se há finlandeses falsos, tipo made in China), já muda o discursos para "E unanimidade significa a participação da Finlândia". Afinal em que é que ficamos Olli, pode-se contar convosco, ou pedimos os cobertores de volta?

terça-feira, 26 de abril de 2011

a morte saiu à rua


O capitalismo selvagem tem destas coisas. Após decisões de gestão da France Telecom, um seu empregado, imolou-se pelo fogo, num parque de estacionamento em Bordéus. Resta acrescentar que este funcionário era pai de quatro filhos e tinha 57 anos. Tinha sido vítima de assédio moral, sendo frequentemente obrigado a mudar de posto de trabalho. Este é o último e talvez o mais dramático dos 32 suicídios que ocorreram na France Telecom, entre 2008 e 2009.
A revolução tunisina começou assim.

o purgatório agora é .com

Para a meia-dúzia de amigos que lêem esta coisa parecida com um blogue, tenho prazer de informar que o purgatório está agora em http://www.diariodopurgatorio.com/

Tudo deverá decorrer com normalidade, se tiverem algum problema agradeço que informem para diariodopurgatorio@gmail.com

Não se esqueçam de actualizar os vossos bookmarks com o novo endereço.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Um silêncio comprometedor


Demasiado centrados no nosso pequeno mundo, e preocupados com as medidas que nos vão afectar, eu e a maioria dos portugueses não têm dado a relevância merecida aos acontecimentos no médio-oriente. Perante o impasse líbio, decidimos esperar para ver. Os massacres que estão neste momento a ocorrer na Síria são nota de rodapé nos telejornais. Este silêncio comprometedor não terá nada a ver com o facto de o regime sírio ser considerado amigo do ocidente? Acabo de ver imagens chocantes de militares a disparar contra o povo, causando dezenas de mortos. A "amizade ocidental" mata? Parece que sim, se formos sírios...

Se o ridículo matasse ...

 

Como humilde eleitor, tendo como habilitações literárias um curso superior incompleto, tenho pelo menos a noção do privado e do ridículo. Que Pedro Passos Coelho me saiu melhor que a encomenda já não restam dúvidas. Que um dia defende a privatização do SNS e no dia seguinte o seu contrário também não é surpreendente. Afinal, temos um PM, que com o FMI a fazer as contas, ainda vive alucinado no "País das Maravilhas". De alucinados já temos a nossa conta. Agora esta deriva populista, de mau gosto, pindérica é, Pedro, o fim.


Memórias do 25 de Abril

  • Quando aconteceu o 25 de Abril eu tinha acabado de fazer onze anos. Desci a rua, cheguei ao velho D. Manuel II para a aula de trabalhos manuais e após uns minutos de hesitação fomos avisados que deveríamos regressar a casa. O meu pai foi-me buscar a casa da minha avó. Ouvi nesse dia, pela primeira vez, a palavra revolução. Vi a revolução pela televisão, não fomos para a rua, assistimos a tudo olhando para a caixa que mudou o mundo. Lembro-me distintamente, que após anos de silêncio, o meu pai ainda dizia "revolução" baixando o tom de voz.
  • Um ou dois dias depois, estranhei o facto de um homem estar a comprar um jornal banhado em lágrimas. Quando questionei o porquê dessas lágrimas, o meu pai explicou-me que era o "Avante", um jornal proibido, e que o desconhecido chorava de alegria, por finalmente poder comprar o jornal do "partido", na rua, em liberdade, como compraria outro jornal qualquer. E esse rosto, esse choro de alegria fixou-se até hoje na minha memória, como lapa agarrada à rocha.
  • Participamos no 1º de Maio. Uma festa plena de slogans de que me não recordo. Mas, a minha avó Guta estava connosco a comemorar a liberdade. Pareceu-me estranho tanta gente e tanta alegria por uma coisa que, na minha cabeça de criança, nunca tinha deixado de existir. A liberdade.

domingo, 24 de abril de 2011

Ai Jesus! por Sam


Por ser Páscoa, lembrei-me de um velho livro de cartoons que circulava lá em casa. Chamava-se "Ai Jesus!" e Sam era o seu autor. Encontrei este no blogue http://homenagemasam.blogs.sapo.pt/

frase da semana

"O que fazer quando nos querem obrigar a escolher entre um Governo de bananas liderados por um aldrabão ou um governo de aldrabões liderados por um banana?"

Vítor Malheiros no Público

sábado, 23 de abril de 2011

A esquerda a banhos

Interessante ver a blogosfera em tempo de férias. Enquanto a malta do PS, não escreve nada desde sexta e a esquerda caviar está desaparecida em combate, a direita continua laboriosa, a fazer os trabalhos de casa. O La Fontaine era um mentiroso, ou temos mesmo cigarras e formigas?

J. Rentes de Carvalho e os salamaleques

José Rentes de Carvalho, um verdadeiro senhor, simples como todos os sábios, fez um pequeno post, lapidar, sobre o "Compromisso Nacional".
Deixo aqui um pequeno extracto como link para o post original.

The Bang Bang Club

© Kevin Carter
Há imagens que custam a vida. Na quarta feira, 20 de Maio dois fotojornalistas foram mortos em Misurata na Líbia. Há quem morra no local, e há fotos que matam. A foto acima torturou de tal forma o seu autor, Kevin Carter, que este não resistiu, sucidando-se aos 33 anos. Não aguentou a pressão de ter sido apenas espectador neste cenário de horror. Aqui fica, como uma homenagem simples a todos os fotojornalistas. Para saber mais sobre esta profissão e alguns dos seus mais notáveis, o link para o filme The Bang Bang Club.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Dia Deu em Chuvoso


 O Dia Deu em Chuvoso
 
O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso.

Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.

Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afetos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...

O dia deu em chuvoso.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Sabor amargo

Quando estivermos a comer os coelhos e doces de Páscoa, é bom lembrarmo-nos como é que o chocolate nos chegou às mãos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Coelho da Páscoa


Esta mania do PSD, iniciada com o blitre, de enviar mensagens via facebook é mais um desastre. A minha querida mãe, e todos os portugueses que não possuem computador pessoal estão impedidos de ver estas pérolas. Ou será que o Passos acha que distribuíram Magalhães aos seniores? Ou será que vai lançar o Vasco da Gama para os maiores de 65?
Um conselho amigo. Muda rápido de marketeer, que com esse não vais longe.

Post Scriptum - Aconselhava-te a fazer um upgrade para esposa 3.0, mas parece que para isso já vai tarde.

Cinema Pesadelo


Sempre tive uma relação afectiva com a 7ª arte. A primeira vez que fui ao cinema sem a companhia de um adulto, à noite, envolveu uma pequena mentira. Com o meu amigo de infância, Paulo, mentimos cada um em sua casa. Eu ia com o pai dele e ele com o meu avô. 7$50 no bolso, e ala que se faz tarde para o velho Carlos Alberto. Esse era o preço de um bilhete nas primeiras filas, com cadeiras de pau, isto é, não almofadadas. Depois disso devo ter visto centenas de filmes. Águia d'Ouro, Batalha, Sala Bébé, Passos Manuel, Olímpia, Cinema do Terço, Trindade, não me lembro de um desses velhos desaparecidos em combate em que não me sentisse em casa. Era um acto de cariz religioso, que cumpríamos com reverência.

O entusiasmo não esmoreceu com a chegada da idade adulta, e até ao aparecimento dos multiplex, cumpria com a regularidade de um relógio suíço a minha ida às salas de cinema. Uma vez por semana, cinquenta e duas por ano. Comecei a fugir quando se tornaram uma manjedoura. Apesar das boas condições do Arrábida, ver espectadores levarem um tabuleiro com cachorros e Coca-Cola foi o suficiente para me afastar, lenta mas inexoravelmente. O cinema sempre reuniu o melhor de dois mundos, a conjugação de arte com divertimento. Hoje, abandonei esse hábito, porque o respeito pelo filme como obra de arte e pelos espectadores que se recusam a pipocar, falar ao telemóvel ou sorver a Coca-Cola como um aspirador passou a ser a excepção e não a regra. Como eu, muitas pessoas entre os 30 e 40 foram-se progressivamente afastando para não partirem para o confronto físico com hordas de adolescentes e adultos que se comportam alarvemente.

Com esta americanização, esse ritual, por mim cumprido centenas ou milhares de vezes, desapareceu. Quantos não haverá que agiram de igual forma.

Espírito Pascal

Here be dragons


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Candidatos a insurgentes

Fonte: http://libcom.org/
Quando descemos em todos os rankings, pelo menos existe um em que subimos. Na possibilidade de haver convulsão e conflitualidade social. Uma avaliação de uma entidade de que nunca tinha ouvido falar, mas que me deixa esperançado de que estejam lançadas as sementes da revolta. Também no indicador de insurgência estamos atrás da Grécia, com uma modesta nota artística de 4/5, quando os nossos amigos gregos são classificados com um honroso 8/9. É esperar pelas medidas do FMI, a ver se conseguimos uma posição consentânea com as nossas dificuldades.

Know your enemy




Porque, nesta época de "amplos consensos", "salvação nacional" e "partidos do arco democrático", é preciso conhecer os nossos inimigos.

Letra aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

LeV 2011


Magníficos momentos com Reif Larsen, José Rentes de Carvalho, Mário Delgado Aparain e valter hugo mãe. De como se deve viajar com um pé nos sonhos e outro na realidade, ou mais do que os lugares, o que marca o viajante são as pessoas, as suas história e memórias e o modo como as registamos e tornamos significantes. Quando esses lugares para lá dos dragões deixam de ser o fim e passam a ser o porquê.

Ó Fernando, faltam-me as munições ...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Com amigos destes ...

Com amigos destes, precisamos de inimigos?

A oeste nada de novo

Os portugueses tomaram hoje conhecimento da lista de deputados do PS. Depois do erro de casting, Fernando Nobre, nas listas do PSD, constato duas realidades incontornáveis:

1. O PSD tentou, timidamente, um aproximação a independentes, que embora conservadores, são intelectualmente capazes e livres pensadores qb.
A CAA (que recordo dos tempo de liceu) reconheço a capacidade de "pensar" a direita e o liberalismo de um modo humanista. E esse humanismo pode fazer toda a diferença entre a selvajaria do "salve-se quem puder" e um modo conservador, mas atento e solidário de ver o mundo.
FJV é o intelectual de serviço. Culto, escritor de razoáveis méritos (só lhe li "Um Crime na Exposição"), editor respeitado e senhor de uma simpatia e bonomia por todos reconhecida, é a face da direita liberal mais democrata, tolerante e paternal.
É um movimento que se saúda, mas que peca por escasso. E depois temos Fernando Nobre, um monumental erro, que gerou polémica, mas, como sempre, acabou por ser aceite por unanimidade. Com tantas vozes discordantes, o unanimismo nesta péssima escolha é revelador do modo como (ainda) funcionam os partidos.

2. O PS é um partido de aparelho a cem por cento. Afastada Ana Paula Vitorino, pouco há a dizer sobre as escolhas do PS. Revelam um partido fechado sobre si mesmo, alheado da realidade, uma espécie de aldeia de irredutíveis gauleses. Só nomes velhos, gastos, aparelhistas, com a semi novidade Basílio Horta e mantendo alguns ódios de estimação por perto (mantém os teus amigos perto, e os teus inimigos mais perto ainda). Uma escolha de cabeças de lista desastrosa, como desastrosa tem sido a governação PS.

domingo, 17 de abril de 2011

Marinho Pinto, Otelo e os partidos

Fonte:http://pinpao.blogs.sapo.pt/

Após as declarações de ontem de Marinho Pinto e hoje de Otelo, a direita acha que isto está a ficar perigoso. Independentemente de gostar dos personagens (e não gosto), limitaram-se a reproduzir o que diz o homem comum. Como é vulgar dizer-se, a democracia não se esgota nos partidos.  Mas parece que os partidos estão apostados em esgotar os democratas. O velho do Restelo disse que os partidos são casas de mulheres de má vida. E aí ele não poderia estar mais certo. Os partidos surgem como uma pescadinha de rabo na boca, virados para dentro, para as suas guerras, fidelidades e golpes palacianos. O afastamento entre a sociedade e os partidos é cada vez maior. Lá, vingam os aparelhistas e os yes man. Para ser militante é preciso ser um bocado acéfalo, acrítico e usar do mesmo seguidismo cego que se vê no futebol. Não penso que os partidos sejam dispensáveis da democracia. Mas urge um movimento de regeneração, de aproximação às pessoas, sob risco de de as profecias de Marinho Pinto e Otelo se tornarem realidade.

A entrevista

Então Fernando, após 5 meses que balanço fazes do purgatório?

- O conteúdo é uma boa merda, mas ficou bonito.

E o sucesso, está próximo?

- Como qualquer grande, verdadeiramente grande, estou a deixar isto para a posteridade. Só ficarei famoso depois de morto. Todos os conteúdos por mim gerados, estou certo, terão como consequência cinco linhas no obituário do JN, e um funeral com cerca de 50 convivas.

- Como é que te inspiras para o purgatório?

- Basicamente lendo a vida de santos. São José de Sócrates, Santa Angela de Merkel, São Passos de Coelho, são algumas das infinitas santidades que me inspiram neste percurso ascético.

- Quais os posts mais lidos?

O da geração à rasca (Deolinda) em que previ que em breve estaríamos todos à rasca (põe-te a pau, Roubini) e o da depilação genital feminina, o que mostra que apesar da crise há mais gente a lamber vaginas do que cus. E isso é sinal da integridade de um povo.

E o que esperas para o futuro?

- Mais dores nas costas, mais hemorroídas e um decrescer da acuidade visual.

Algumas últimas palavras?

- Quem leu isto até ao fim sem vomitar, vai directamente para o céu sem passar pelo purgatório. Bem hajam pela infinita paciência.

sábado, 16 de abril de 2011

Curso de Político Gratuito


Roubado do 100 reféns

O oráculo

"Quando a Grécia colapsou, disseram que Portugal era diferente. Agora dizem que a Espanha é diferente. Eu não tenho certeza disso."

Nouriel Roubini

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Zangam-se as comadres


Não basta apelar à ética. É preciso ser praticante. Pacheco Pereira, por mera coincidência, denuncia um SMS que recebeu da direcção do PSD, um dia depois de não constar das listas de candidatos a deputados. Ao que parece depois de um mentiroso compulsivo [Sócrates], temos um mentiroso por estratégia [PPC], e um mentiroso por omissão [PP]. Fazendo jus a toda a ética que apregoa, só se lembra da reunião entre o primeiro-ministro e o líder do seu partido após o afastamento da bancada parlamentar. Isto não é a "coluna  vertebral de um caracol", é o carácter de uma osga. Para memória futura, estes são primus inter pares, a nata que nos governa há quase 37 anos.

Obélix & Companhia


Hoje lembrei-me desta obra notável. Dos 7 aos 77 é uma estória a não perder, até pelo modo como aqui são retratadas as idiossincrasias do capitalismo que tanto nos atormenta.
É, em alguns aspectos, premonitório.

Sínopse roubada da Wikipedia.

"Os romanos têm um novo plano para dominar a aldeia dos irredutíveis gauleses, pretendem conquistá-la. Para isso enviam um patrício romano até à Gália para seduzir Obélix e vender-lhe menires, enquanto controla o preço dos mesmos, deixando o guerreiro gaulês o homem mais rico da aldeia. Logicamente que o enriquecimento súbito de Obélix atrai as atenções, além disso ele começou a colocar vários habitantes da aldeia a trabalhar para ele. Astérix aborrecido por ver o amigo distante e ganancioso, decide dar-lhe uma lição, convencendo outros habitantes da aldeia a fazer menires. Com o negócio dos menires em alta, a aldeia acalmou e pararam os ataques aos romanos, mas em contrapartida Roma encontra-se sem dinheiro, pelo que suspende o pagamento de menires. Os gauleses descobrem que foram usados e atacam o forte romano."

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fernando Nobre versão Homens da Luta



Sempre detestei esta música. Sempre destestei os trocadilhos a que a música é propícia. Já que não vale a pena chorar com estas incoerências, o melhor é rir. Mesmo que seja com um sorriso amarelo.

Uma imagem por dia (XI)


Ora cá está um sinal de obrigação que cumpro com gosto.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os pageviews são para panisgas

Algo de estranho se passa com este blogue. Hoje dia 13, já ultrapassei as páginas vistas durante todo o mês passado. Porém, como não sou pago à página, é-me rigorosamente indiferente. Porque me faltam os vossos comentários. Que os regulares do purgatório se chateiem e vão para outra paragens é mais do que legítimo. Afinal fico a dever um bocadinho a Eça ou Proust. Agora ter centenas de páginas vistas em dois dias e apenas um ou dois comentários de amigos(as) queridos(as), entristece-me. Aqui não se criam e-mails no google, com caras de moçoilas saudáveis, que se transformam em seguidoras. Não se pratica a auto-promoção. Controlam-se as minhas visualizações de páginas. Isto é um blogue sério, não uma casa de putas como muitos que por aí andam que começam com 50.000 visualizações de páginas. É mais ao menos como obrigar o Carlos Lopes a correr a maratona e eu começar no quilómetro 41, de motorizada.
Como a qualidade da escrita continua a ser fraca como sempre, como o que aqui conta é o feedback dado por quem me lê, peço aos amigos que por aqui passam que comentem. Nem que seja só um smiley. O que faz um blogue é a interacção com os leitores. Os pageviews são para panisgas.

Balofo


Balofo. Eis uma palavra que me assusta. Longe de ser uma preocupação exclusivamente feminina, confesso que os 12 quilos acima do meu peso "normal", me custam um bocado a digerir. Ou antes a carregar. Quem efabulou que os gordos, ou os gorditos (categoria em que me insiro, e que basicamente é um modo terno de designar a pré-obesidade) são mais felizes e bem dispostos que os outros, desengane-se. É tudo uma forma de auto defesa. Comentar a nossa barriguita antes que os outros o façam. É começar o jogo ao ataque para não sofrer na defesa. Ninguém gosta de ter peso a mais. Quem disser o contrário, mente.

Para quem é dado aos prazeres da mesa e apreciador de uma cerveja fresquinha, o verão põe a nu os crimes efectuados durante o inverno. Mas como resistir a uma francesinha regada com várias Erdinger? Para mim não é tarefa fácil. Já emagreci duas vezes, regressando a pesos próximos dos da juventude. Uma delas com recurso às pastilhas de um médico famoso da praça. A outra baseada na pura força de vontade. Menos calorias, mais vegetais, abstinência de álcool e uma fome de cão. Lembro-me de me deitar com a barriga a fazer ruídos semelhantes ao alien, mas para pior. Depois mais uma litrada de água para enganar a fome. Tenho de começar a fazer dieta de novo. Falta-me é a coragem ...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ajudar o Japão


Agora faz ainda mais sentido ser solidário. Quem puder e quiser tem estas t-shirts à venda no cão azul.

Jogar à Pescada




Sexta-feira, final de tarde. A descontracção de quem já pressente o fim de semana. Após o lanche, duas pequenas mãos pousam sobre as minhas.
- Ó pai, queres jogar comigo à pescada?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Matar o doente com a cura


Fonte: Visão
É uma questão de bom senso. As medidas a aplicar pelo FMI são cegas e fazem parte de uma check-list, uma receita universal. A aplicação a Portugal da receita utilizada na Grécia e Irlanda arrisca-se a matar o doente com a cura. A nossa economia é mais débil do que a Irlandesa ou Grega. A nossa classe média/média baixa seria, ainda hoje, indigente na Grécia ou Irlanda. O nosso salário mínimo é de cerca de 1/3 do Irlandês. Esta pseudo classe média está sobreendividada com a compra de habitação própria, aquisição de automóvel etc. Ao aplicar medidas extremas, como anunciou o comissário Olli Rehn, a UE, sem conhecimento ou indiferente às especificidades portuguesas, irá aumentar a pobreza e a insolvência de empresas e famílias até ao limite do aceitável.

Sem querer ser um profeta da desgraça, mas porque ando na rua, falo com as pessoas, conheço as dificuldades do Zé Ninguém (em que orgulhosamente me incluo), pressinto que a pobreza em Portugal irá aumentar exponencialmente. E esse aumento não augura nada de bom. Quando as pessoas comuns não têm dinheiro para dar de comer aos filhos são capazes de tudo. Aproximam-se tempos em que a habitual bonomia portuguesa será substituída pelo desespero. E o desespero é mau conselheiro.

domingo, 10 de abril de 2011

O patriotismo é o último refúgio de um canalha


No século XVIII, Samuel Jonhson, foi o autor da célebre frase "O patriotismo é o último refúgio de um canalha". Temo que os ataques patrióticos de ontem, publicados no Expresso e o vira-casacas profissional que é Fernando Nobre, estejam a provar que a frase de  Johnson é mais actual do que nunca. Os "amplos consensos" em nome do patriotismo, da solução da crise ou da intervenção do FMI, mostram uma classe que não quer abdicar dos seus privilégios e que insiste em se agarrar ao poder como náufrago à bóia.

P.S. - Após uma visita à bloga portuguesa, encontrei no jugular estes exemplos da coerência de Fernando Nobre:

Em Março:"exclui em definitivo a formação de um partido político assim como a aceitação de qualquer cargo de nomeação politico-partidária"

Nobre em Abril: "Quanto a dar um qualquer sentido de voto: nunca o farei. Respeito-vos demais para cometer tal erro"

sábado, 9 de abril de 2011

Conselho dos Anciãos


Isto é tudo muito bonito. Arranjam-se meia dúzia de intelectuais e cidadãos respeitáveis, e assim, sibilinamente, exclui-se o PCP e o BE. Metade dos que aqui estão aparecem como virgens impolutas. Fazem-me lembrar estes daqui de cima, mas em manada. Só me apetece gritar Stamped!!!

A Justiça tarda mas não falha


Os "fregueses" habituais do purgatório conhecem bem a minha admiração por J. Rentes de Carvalho. Estranhei o facto deste grande escritor não o ter o merecido reconhecimento em Portugal. Finalmente a reedição da sua obra "La Coca" está a minimizar essa injustiça.
O meu amigo Ricardo, na sua estante acidental, disse a propósito da obra de Mestre Rentes "Ninguém é profeta na sua terra". É com alegria que respondo com o aforismo "A justiça tarda mas não falha". Felicitações Mestre!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A meia-idade e os óculos


Regresso a um registo mais pessoal, onde minimizo as hipóteses de me espalhar ao comprido. Como todos sabem estou com quarenta e oito anos. Uma idade merdosa. Nem carne, nem peixe. Já não posso gozar as maravilhas da juventude, mas sou demasiado novo para me reformar. E depois vêm as maleitas. As dores nas costas quando dou banho à minha filha de seis anos. O olho do cu como uma couve-flor após uma francesinha generosamente regada com Tabasco. O sexo já é mais devagarinho, sem ser inspirado no Matrix ou ter aderido às teorias do Sting.

Como dizem os camones, "so far, so good". Nada que afecte normalidade da vida. Mas o que realmente me desespera é o uso de óculos. Mesmo que seja só para ler. Este vosso amigo, sempre viu como uma águia. Há uns dois anos atrás, começou a afastar os livros para conseguir ler melhor. Em desespero, e porque às vezes o braço já começava a ficar curto, uma vista ao oftalmologista. "Só precisas de óculos para ler, o resto está OK.". Saí de lá feliz com esta sentença minimalista. Só que, para mim, não me serviam uns óculos quaisquer. Mesmo para uso privado, tinha de "cagar estilo". Toca a comprar daqueles óculos Clic, com íman (não confundir com hímen, e desculpem a piada óbvia).

 É assim :

1. O íman trilha os pêlos entre as sobrancelhas.
2. Todas as letras me parecem garrafais.
3. Como os óculos não cobrem toda a superfície, dou por mim a espreitar por cima ou por baixo, como um puto que está a fazer uma malandrice.
4. Passo mais tempo a limpar as lentes do que a ler.

Alguém me ajuda a minimizar este problema? Aceitam-se sugestões, ideias ou alternativas de todos os caixa de óculos encartados.
Eu sei que vocês "andem" aí ...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Os ricos da Europa que paguem a crise"

 
"Os ricos da Europa que paguem a crise" é o título de uma crónica de Manuel Serrão, publicada hoje no JN. Embora o personagem não me seja particularmente simpático, os seus argumentos merecem ser lidos. Porque se restringe à sua área profissional, fala da têxtil. Das promessas não cumpridas. E de como agora nos querem cobrar a factura.

O que MS escreve sobre a têxtil, facilmente se aplicará às pescas, entregues aos espanhóis, a troco de uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. A agricultura terá explicação similar. Quem não se lembra do subsídio de pousio, que os agricultores recebiam para nada produzir? A Europa não nos fez favor nenhum, antes destruiu áreas em que éramos competitivos ou tínhamos potencial a troco de meia-dúzia de tostões. Para pode comprar têxteis mais baratos aos chineses. Para centralizar nas grandes companhias a compra do pescado. Para potenciar a agricultura altamente subsidiada e industrializada da França, Inglaterra e Alemanha.
Estes factos, aliados a uma classe política inepta e gananciosa fizeram o resto.

Mais do que isso, emprestaram-nos dinheiro para comprarmos os seus submarinos, BMW's e Mercedes convencendo-nos através de bom marketing que eram os melhores. Agora, que não podemos pagar, querem o dinheiro de volta.

De facto a Europa que nos enganou, através de boa publicidade tem aquilo que merece. Os portugueses, pequenos e impotentes, continuam a ser joguetes nas mãos dos superiores interesses do directório franco-alemão, agora mais alemão do que franco.

A austeridade para tótós


A austeridade e a sua ineficácia explicadas de uma maneira simples, por um professor universitário. Como no purgatório também navegam economistas, agradeço a opinião crítica, deles e dos outros.

My country



 Peter Garrett has said "It's not an anthem in favour of any country - it's more like a song about how the flag is often used to cover a multitude of sins and crimes - and how people hide behind the patriotism."

 Was it just a dream, were you so confused
Was it just a giant leap of logic
Was it the time of year, that makes a state of fear
Methods were the motives for the action

And did I hear you say
My country right or wrong

Did you save your face
Did you breach your faith
Women, there were children at the shelter
Now who can stop the hail
When human senses fail
There was never any warning, no escape

Did I hear you say
My country right or wrong
My country oh so strong
My country going wrong
My country right or wrong

I hear you say the truth must take a beating
The flag a camouflage for your deceiving
I know, yes I know
It's written on your soul
I know, we all make mistakes

This is not a case of blurred vision
It's a case of black holes, pocket holes, soul holes

And did I hear you say...

My country right or wrong
My country oh so strong
My country going wrong
My country right or wrong

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vem aí o FMI ou FEEF como diz o outro


Hoje é um dia triste. A previsível entrada do FMI, acaba de ser anunciada por Teixeira dos Santos. Sócrates comunica o facto às 20:00. Esperam-nos anos de dificuldades, cortes salariais, redução do estado social ou welfare (bem-estar) como acertadamente lhe chamam os ingleses. A nossa vida vai mudar para pior, muito pior.

P.S. - Coelho e sus muchacos, suspiram de alívio, por não ter de ser o PSD a tomar esta odiosa decisão. Cá estarei, para me manifestar e votar contra a direita. Sempre.

Vingança


A vingança. É um prato que se serve  frio. Letra aqui.

Borrados de medo


A direita, e refiro-me à pura e dura, não à de Sócrates, pensou que eram favas contadas. A coisa não lhes deve estar a correr de feição. Anda a "intelligentia" destra, pelos blogues, a gritar a tudo o que mexe. Desconfio do motivo para esta histeria. Desde uma simples reunião, até uma crónica de Mário Soares, elegantemente comentada em maiúsculas, o poder a fugir, com ou sem FEEF/FMI, está a gerar o pânico. Esse monstro sagrado da prestidigitação, de seu nome José, pode ter como única solução uma aliança à esquerda. E acredito que José vá ter muitos votos. As campanhas são o habitat do animal feroz.
Aqui, no purgatório, não sou elegante, "opinion maker" ou mais informado do que o vizinho.
Mas como eu gosto de os ver borrados de medo!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

O tótó


Expor mesmo que parcialmente a intimidade, é área perigosa. Mais do que uma vez, aqui no purgatório, me meti por esses movediços terrenos. Vou fazê-lo de novo. De forma confessional.

Se, por algum motivo, a conversa descamba para o número de companheiras ou as aventuras sexuais que se teve, fico quieto num canto. Se abrir a boca, vou ter de confessar que só conheci intimamente duas mulheres na minha vida. As duas únicas que amei. Os homens olham para mim com um ar descrente, entre a comiseração e a incredulidade, as mulheres sorriem enigmaticamente, com pena genuína de tão grande tótó.
E, no entanto, é verdade. Embora a tentação exista, embora seja um apreciador do género feminino, nunca consegui ser intimo de quem não amasse profundamente. E esse fenómeno só me aconteceu duas vezes na vida. É por isso que quando ouço casanovescas aventuras, ou passados plenos de relações libidinosas, me encolho. Porque, lá no fundo, não passo de um tótó.

Esta fidelidade canina, transforma-me numa espécie de Golden Retriever de duas patas,  ignorado pelos machos alfa e visto como inofensivo pelas cadelas.
O que é que isto vos interessa? Nada. Mas escrevo na esperança que ao bater tótó no google, algum moço, jovem ou homem com idêntica sintomatologia, saiba que não está sozinho.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O relógio biológico


Vais ser pai, pá. Fiquei contente. Já tínhamos falado sobre como nós homens, também temos relógio biológico. Tal como eu, também sentiste isso. Já plantei a árvore, nunca serei capaz de escrever algo que chegue aos calcanhares do que tu escreves, quanto mais um livro. A tua vida vai mudar, para melhor. Digo-to eu, que também tive o relógio a fazer tic-tac, tic-tac. Vais ser um pai baril. Vais-te aperceber como a paternidade está "embebida" no nosso código genético, quando começares a mudar fraldas em tempo recorde, a dominar a temperatura de biberões, a saber tudo sobre leites e papinhas, a conseguir acalmar o rebento com mimos, falando baixinho, ou cantando desafinadamente uma velha canção de que já não te recordavas. tic-tac,tic-tac, já falta pouco para Setembro.

Campeões!!!


O último a sair que apague a Luz...

domingo, 3 de abril de 2011

The Love Police



Começam finalmente a aparecer formas alternativas de resistência.  The Love Police, são um grupo de ingleses que se resolveram manifestar contra o actual estado de coisas. Pacificamente. Abraçando a polícia. Pondo o dedo na ferida. Exortando os manifestantes a fazerem-no de cara tapada (CCTV oblige). Como diria o meu amigo Derek Harris, do "The New Inn", "that's a boa, lads" !!!

somegreybloke



O youtube tem destas coisas. Procura-se um vídeo e saltam milhares. Este é o somegreybloke, que fala de tudo, desde a pedofilia ao facebook. É minimalista, com piada e prova que não devemos ter preconceitos sobre os locais onde se pode ser criativo. O youtube também pode ser uma excelente ferramenta. Agora, se tiveram paciência, vão lá e batam somegreybloke.

sábado, 2 de abril de 2011

Tertúlia dos 1 aos 48


Estava lá representada a "sociedade civil". Engenheiros do ambiente, farmacêuticos, bancários, jornalistas, homens da cultura, bebés, crianças e adolescentes. Num ambiente caótico trocam-se presentes, fala-se da vida, dos filhos, de política, do mundo. De todos os pequenos e grandes nadas que constituem a nossa vida, de grandezas e misérias. É bom ter amigos assim, vivos, interessados, participativos, preocupados. Provam-me que nada está perdido, há vida neste recanto à beira mar.

Que podes tu, biltre, fazer?

Manchete do Expresso. Pode Aníbal  "fintar" os preceitos constitucionais ?
Será que o homem do "ultramar" e do "dia da raça" está a preparar um novo 28 de maio?

José e Marcos no pais dos doutores


A apropriação de um título académico é coisa grave. É como conduzir sem carta. José não queria ser só eng.º técnico e licenciou-se a um domingo. Coisas que só acontecem a quem tem amigos influentes. Marcos licenciou-se em finanças. Pelo cansaço. "Estive lá oito anos." O que o pode qualificar para dux veteranorum, mas não lhe atribui a licenciatura. A justificação, como diz Ana Matos Pires, no jugular, é pífia. Completamente de acordo. Mas pífia é também a sociedade que acha que para se ter competências ou credibilidade, uma licenciatura é indispensável. Ninguém quereria estar nas mãos de um médico que esteve 25 anos na faculdade de medicina. Que fique bem claro que a apropriação de títulos académicos, é um crime. Mas também é tempo de reconhecer que existem méritos para lá dos académicos.

O silogismo por todos interiorizado reza assim:

1. Todo o não dr. é incompetente
2. Marcos não é dr.
3. Logo, Marcos é incompetente.

Isto é típico de uma sociedade atrasada, em que se valorizam mais os títulos académicos do que as competências. Esta mentalidade, levou a que todos quisessem ser doutores fosse no que fosse. Os mesmos que agora estão à rasca, porque o título não lhes traz competências. Caso contrário teriam emprego no dia seguinte. Isso agora só acontece aos muito bons. Seja em que área for.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Citações (II)

Paris, Maio de 68

La liberté n'est pas un bien que nous possédions. Elle est un bien que l'on nous a empêché d'acquérir à l'aide des lois, des règlements, des préjugés, ignorance...